Amada
Em minhas decisões sempre tão cruas
dispus-me a dar adeus a ti, querida,
não vendo se eram minhas ou se tuas
as lágrimas na face entristecida;
Meus olhos e teus olhos – quanta dor!
A dúvida por ver que também sofres
resiste em não rimar na nova estrofe,
incerto sobre amar ou não o amor!
As lágrimas são tuas se algum meio
houvesse de provar-me quanto eu amo;
e sendo minhas, preso ao meu receio
de não saber se afasto ou se te chamo!
Resisto em não ceder aos devaneios
e não reconhecer o que separa
a linha deste adeus que não nos veio
e o mal que te causei já não repara;
Assim, mesmo que sinta que tu chores
não posso mais mudar o que já fiz
ainda que em teus olhos tu me implores
e o próprio pranto meu me contradiz;
E mesmo que ainda sinta que me adores
deixar-te foi preciso; mas não quis
deixar-te por querer dias melhores...
Apenas te deixei! Não fui feliz!
Reinaldo