CHUVISCO
Água suspensa no céu em estranhos rios!
Só compreendo quando, em queda,
turva a paisagem e a fecunda.
Lágrimas aquém dos olhos
a dizer das tristezas as esperanças,
flecham verticalmente corretas,
pontilhando o chão, o sim e o não.
Ouço a música,preenchendo em ondas,
os castelos da tarde.
Envoltos em fossos largos,
acolhem o perigo que arde.
Mergulha profunda a lua
e isso não salva ninguém.
Olhos presos no acima
investigam as gotas feridas
de letras lidas, desenhadas,
perdidas,
nos dias inventados de vidas.