CHUVISCO

Água suspensa no céu em estranhos rios!

Só compreendo quando, em queda,

turva a paisagem e a fecunda.

Lágrimas aquém dos olhos

a dizer das tristezas as esperanças,

flecham verticalmente corretas,

pontilhando o chão, o sim e o não.

Ouço a música,preenchendo em ondas,

os castelos da tarde.

Envoltos em fossos largos,

acolhem o perigo que arde.

Mergulha profunda a lua

e isso não salva ninguém.

Olhos presos no acima

investigam as gotas feridas

de letras lidas, desenhadas,

perdidas,

nos dias inventados de vidas.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 05/01/2018
Reeditado em 04/06/2018
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