Sem dor

Sem dor

Entorpecido n’alma

já não sinto a saudade

já não sinto a dor da dor

nem o que aflige sem piedade

de pés cravados no fogo

de mãos tomadas de espinhos

de corpo lanhado no sal do açoite

pedras e labirintos pelos caminhos

e ainda esse amor desamado

que no punhal sangrou o meu peito

só este entorpecimento para suportar

pregos tão afiados na cama onde deito.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com