COSTUREIRA
Vinho na língua,
Névoa na alma,
Ouro no corpo,
Pausa na calma.
Querer ouvir os sons fortuitos,
Engolir os sabores gratuitos,
Saber e não saber a dívida da vida,
Cantar e não cantar a sílaba partida.
Inteiro o quebrar do cumprimento,
Dividido o fazer da lealdade,
Permanente o fazer da lida viva,
Multiplicada a dor de cada dia!
Intervalo entre o presente e o passado,
Dúvida sobre o que costuro
E o que será o futuro.