DESGOVERNO
Traçado ao léu, reclamando o sem limite.
Lembra um traço mal feito
Que aceita e não aceita que se arbitre.
Perfeito ao caminho, caminha sem beira;
Sem eira, constrói o desatino.
Canta o canto do largo convite
De ser e não ser doma do destino.
Ardor da resistência, não se entrega.
Refaz na areia a água em falta,
Bebe do ar a umidade lenta,
Aspira o perfume da ausência.
E briga,
E grita,
E canta,
E cria
Em roupa de esperança,
A entrega aberta do dia.