DESGOVERNO

Traçado ao léu, reclamando o sem limite.

Lembra um traço mal feito

Que aceita e não aceita que se arbitre.

Perfeito ao caminho, caminha sem beira;

Sem eira, constrói o desatino.

Canta o canto do largo convite

De ser e não ser doma do destino.

Ardor da resistência, não se entrega.

Refaz na areia a água em falta,

Bebe do ar a umidade lenta,

Aspira o perfume da ausência.

E briga,

E grita,

E canta,

E cria

Em roupa de esperança,

A entrega aberta do dia.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 30/11/2017
Reeditado em 08/09/2018
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