DÚVIDA

Remota a espera da alegria,

Atento o desenho da euforia,

Morta a crença da presença,

Espera do sonho que convença.

Sei quantas dores há,

Cada segundo contei,

Em mapa traçado com linhas

Que nunca vi ou desejei.

Pintura, aquarela indecisa,

Traduz toda alma perdida

Sem rumo, à deriva, nublada,

Sem corpo e aura mutilada.

Não reconheço as letras

Que revelam meu sentir,

O respirar incontido

Que faz silenciar meu sair.

Vão ecoando os ais

Que registram a dor de ser,

Um nada na estrada rasa

Que conduz e não conduz.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 27/11/2017
Reeditado em 12/12/2017
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