DÚVIDA
Remota a espera da alegria,
Atento o desenho da euforia,
Morta a crença da presença,
Espera do sonho que convença.
Sei quantas dores há,
Cada segundo contei,
Em mapa traçado com linhas
Que nunca vi ou desejei.
Pintura, aquarela indecisa,
Traduz toda alma perdida
Sem rumo, à deriva, nublada,
Sem corpo e aura mutilada.
Não reconheço as letras
Que revelam meu sentir,
O respirar incontido
Que faz silenciar meu sair.
Vão ecoando os ais
Que registram a dor de ser,
Um nada na estrada rasa
Que conduz e não conduz.