DECLIVE
Por que a pergunta,
se é surdo à resposta?
Para que o caminho,
Se segue no desvio?
Como suportar sorriso louco,
Se os dentes
não se ajustam ao pouco?
O rio vai levando suas águas
Para o acaso do seguir,
Ou a água vai criando o rio
No declive desenhado sem saber?
Causa o mistério a luz livre do agora,
E, se é clara, como esconde seus temores?
Na curva aguda anda a certeza torta.
Nada devo, nada sei ou quero...
Vou seguindo pela estrada morta,
Com flores raras,
Desdizendo as dores.