Oi de casa!

Oi de casa!

Deixo-me entrar na sua casa

prometo não ir além da varanda

deixe-me sentar num banquinho

promete não lhe incomodar

deixe-me beber um copo d’água

prometo não pedir naco de pão

deixe-me adormecer um tiquinho

prometo que não vou demorar

deixe-me apenas repousar

prometo partir logo em seguida

deixe-me derrear o embornal

prometo que nada há de ruim

deixe-me ficar em silêncio

prometo a mudez e a quietude

deixe-me entristecer talvez

deixe-me a lágrima derramar

deixe-me assim tão estranho

e sem poder bem alto perguntar:

“não mais recorda de mim, minha mãe

não mais recorda do teu filho partido

nesse mundo de tristeza e sofrimento

e volta à casa em busca de uma abraço

tô com sede e com fome minha mãe

e preciso tanto repousar no teu colo!”.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com