A perturbação
Quem és tu que sempre me aparece
Em horas tais e com tanta frequência
Sensação Satã que me enlouquece
Minando minha inexistente paciência?
Quem és tu, bafo diabólico renitente
Que avança no meu íntimo desolado
Fazendo eu comprimir dente a dente
Quando enfia no meu peito desolado
Tuas garras farpadas e venenosas
Assim sem aviso, de repente
E me deixas sensações escabrosas
Rictando-me a face de um demente!
Quem és tu, ser pavoroso,
Que tua aproximação me desmantela!
Que me cobras, vil e vaporoso?
Será que tu és de minha costela?!
A noite vem, a leveza me cai,
O riso e a esperança se mostram a mim...
O sol, e as estrelas, tudo enfim é belo...
Mas esse Câncer minha alma leva ao fim...