SOB
Qual aquífero sob pedras,
nadam meu sutis sentimentos.
No silêncio sem luz, tecem redes
E escavam as agruras de paredes de diamantes.
Há um gosto de algas doces que foram ácidas,
Há um odor floral que foi acre,
Há uma névoa rala que foi luz.
Há uma nota calada que foi hino de louvor.
Há uma pele anestesiada que foi arrepio e calor.
Mas há seres novos
nessa corrente sob o solo.
Matam qualquer sede,
Alimentam qualquer fome,
Acariciam como qualquer arte.
Recriam as essências da existência
No espaço ali enterrado.
E tudo fica extático, sem juízo, mas condenado.
São sombras tomadas como luzes,
São mortes refeitas como vida.