METÁFORA NOTURNA
EXILADA EM SI MESMA
 
Olhei da janela
enquanto a cidade se apagava
e se rendia à noite.
Pássaro após pássaro
o dia caiu no chão do tempo
e foi atropelado pela urgência
das paixões noturnas.
Na esquina o último grito do inverno,
uma sirene indistinta,
passos amontoados pelas poças ...
A Saudade me disse
- Te amo!
e a Solidão me deu boa noite
na janela em frente.