GULA POÉTICA

Que não a falte poesia na minha despensa,

pra que a vida não pare no meio do nada,

nada faça meu tempo azedar no vazio

nem o mundo me anule com sua vertigem...

Haja sempre uma imagem guardada no sonho,

nos arquivos da idéia um colar de palavras,

na fusão dos conceitos o pronto equilíbrio

de miragens e fatos que se complementem...

Nunca falte o tempero dos termos tecidos,

da cortina dos verbos tirados do peito

nos momentos mais férteis de minha emoção...

Tenha plena fartura de achados frasais,

grandes fardos de versos que tomem de assalto

minha gula poética, vício vital...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 17/08/2007
Código do texto: T612025
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