Materialização da leveza

"Eu canto porque o instante existe"

(Cecília Meireles)

 

Quem pode dizer até onde devemos ir afim de encontrarmos o caminho?

 

Quantas vezes pensamos em parar de vez, e continuamos, mesmo sem vontade, a palmilhar uma estrada que não queremos?

 

Até onde temos que insistir para que as respostas nos saltem ao entendimento?

 

Quando insistir é afundar-se, e desistir é dar-se outra oportunidade?

 

Caminhando sob o sol, vão se acumulando em mim respostas para situações antigas, já passadas. Elas poderiam ter mudado as coisas se eu as soubesse antes de cada coisa acontecer, e de eu sofrer para aprendê-las, cada uma...

 

Noutros tempos diria que é como se fosse um voo de pássaro morto, é como uma chegada depois que tudo se finda... Mas é mais.

 

Continuar com algum entendimento é caminhar mais leve, por isso os pássaros cantam vivos, mesmos mortos em minha mente, uma canção de alegria, de consolação...

 

Meu coração chegou num ponto em que os questionamentos vão se debulhando em explicações, e nada me revolta mais...

 

(Apenas o mar distante de São Luís bate suas águas nas pedras...)

 

Eu mesmo, com a flor que encontrei por aqui nesta terra quente, vou colorindo meus passos, tendo esperanças cada vez mais concretas e imediatas, porque tudo pode ter a intensidade de um beijo desesperadamente calmo, que de repente faz os Olhos ficarem Abertos.

 

Eu não tenho intensão de ser compreendido, nem desejo, nem há nada em mim que valha a pena qualquer esforço de entendimento...

 

Eu canto porque alguma coisa existe, sou alegre sou triste, nem alegre nem triste, nem poeta...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 18/09/2017
Reeditado em 06/08/2022
Código do texto: T6118022
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