INDIFERENÇA

Cuido cá que nesta pauta,

O sim fabrica um fim.

Cuido que, nesta só nota,

A clave vislumbra a nave.

De mim, da planta ou pedra,

O laço reza o caminho,

A cova escorre em lava,

Me alcança no ar sozinho.

Cardos em vasto deserto,

Curvas em cactus ereto,

O Sol queimando o olhar

Mais para ver que cegar.

E enquanto o mundo vai livre,

Prisioneiro do poder,

O universo estende a mão,

Pra o indiferente do ser.

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Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 30/08/2017
Reeditado em 30/08/2019
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