Cantando...
Eu canto
o quanto é-me possível,
e espanto
o que me é temeroso,
o pranto
nunca é-me preferível,
e o canto
assim não me é choroso.
E o dia,
se amanhece chuvoso,
inspira
um suave, etéreo canto,
que ria
quase que silencioso,
é lira
que gira em alvo acalanto.
Também
se o sol nasce bem cedo,
me vem
um cantar ensolarado,
que bem
sonoro vem-me cantado,
que nem
criança espalhando segredo.
E a noite
se desaba muito fria,
o açoite
do vento vem-me em canto,
porém,
se luz a noite irradia
além
da canção me vem o encanto.
Na vida
eu sigo sempre cantando,
fazendo
dia belo ou noite fria,
e a lida
desliza suave, brincando,
tecendo
um canto de alegria.
Ago/2017