O CÂNTICO DAS SUBSTÂNCIAS VIVAS
Há tantos caminhos da existência
Em meio às delicias da alma
Desenha às imagens da forma
Continuando na minha memória.
Aurora de um raio de luz azulada
Pelo oceano em brasa ao vento
Abrindo janelas sobre o tempo
Pelos mares de mansões lunares.
Escreve a própria substância viva
Infinitos mundos dos céus crescentes
Poeta das imagens incognoscíveis
O seu eu não se vê pelas aparências.
É um estrangeiro em sua linguá
Abrindo o espírito ao invisível
Sentindo o gosto do inaudível
Onde se cria e vira poesia.
Azul cintilante na pluma do fogo do firmamento
Ascendendo agora os desejos de outrora
Devaneia o fogo das potências afetivas
Canta o mistério das substâncias vivas.
O artista interior sonhando a natureza
Entre o ser do mundo de se conhecer
O desconhecido inscrito da ignorância
Da alma perante a Terra e os céus.
Há quem veja grandezas extremas
Além do horizonte dos planetas
Há no mundo liberdade encerrada
Em cavernas cegas da Terra.
Os mares que movem as esferas
Figuram a matéria para a vida
Do universo em meu corpo
Finito do vazio pleno.
De Fernando Henrique Santos Sanches - Poeta das Almas - Fernando Febá