A MATÉRIA DOS SENTIDOS
Que água é essa que dá à alma clara
A luminiscência conspirada?
Que toque é esse a florescer,
na cor da vida,
o calor do estar vigente?
Que coisa é essa a repor
o aconchego
do sabor?
Nunca saber,
nunca experimentar
esse odor,
esse tato,
essa visão,
esse toque de presença
que justifica a via,
que explica o suave linho
que desenha o caminho,
que precipita a chuva a sulcar o solo,
que reúne à voz sussurrante do sim
O ruído incessante do fim.