PEDRA BRUTA

A vida

tem que ser explicada,

decifrada , lavada, alvejada ,

até não dizer mais nada?

O mistério,

O desvio,

A falta de rotas claras,

O urro na treva , o grito!

A luz que assombra na sombra,

O calor que rejeita o frio,

E a presença macia,

Provocando o atrito.

Quero fechar os olhos

e assistir no escuro

O brilho das trevas fechadas,

abertas ao desespero.

De joelhos, em pedra bruta,

o vislumbrar de nesgas

de luz à toa, bobagem,

a indicar a passagem.

Assim acordar alheia,

A toda ânsia de busca,

conformando os pés na estrada

Aos buracos da certeza.

Passando por um portão e outro,

quem quiser que fique rouco,

Ou pouco,

ou que tenha ouvido mouco,

Ou então que fique louco!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 17/07/2017
Reeditado em 19/04/2019
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