AMOR DE MARMITA

Desisti desse amor que se come por dentro;

não faz mal, não faz bem, apenas tanto faz;

tem a paz doentia de manter silêncio,

pois não tem mais remédio; só se remedia...

Um amor que se leva requentado a esmo,

remendando a paixão que perdeu seu tecido,

virou cinza e mornura que o vento digere

sob o tempo perdido em esforços baldios...

Se não largo esse osso, não sei explicar;

mas me canso do mar que não tem horizonte

ou do céu, que no fundo, é meu fundo do poço...

Já não quero comer esse amor de marmita,

como quem se conforma, não tem outro jeito,

come feito quem come sem fome ou sabor...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 08/07/2017
Reeditado em 08/07/2017
Código do texto: T6048698
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