CORAÇÃO DE CERVO

Magé-RJ, 2007.

Assumamos a culpa se o poço é sem fundo,

se no mundo são raras virtudes tão vís,

nossos bairros são ninhos de ratos e afins;

nossos sins ao desmando parecem sem termo...

Convenhamos que o caos começou no silêncio

que se fez do descaso a partir do começo

duma história que um dia roubaram de nós

pra não sermos ninguém na partilha das graças...

Está claro que somos dos mais obtusos

entre os povos de um globo cansado de tudo;

temos alma de ovelha, coração de cervo...

Somos servos do engodo, lacaios da farsa,

uma gente covarde que se rende à força

dos que têm os seus trunfos de fraude e poder...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 12/08/2007
Código do texto: T604157
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