PÁSSARO
MEU DIA DE PÁSSARO
Manhãnzinha. E me atiro
das encostas.
Busco a imensidão do ar quieto.
Não há turbulência.
Avisto aldeias simples. Gente pequena.
Grandes desafios em sobreviver.
Vejo foguetes a disputar comigo
os espaços do céu.
Eles levam bombas e matam crianças.
Eu levo amor em minhas avoanças.
Nunca entendi essa desavença
entre os implumes.
Brigam por óleos negros, ouros,
preciosas pedras e ideologias baratas.
Eu não brigo por nada. Aprecio
o carinho do vento e os beijos do Sol.
Melhor que me amoite enquanto
a inteligência humana cochila.
Meu dia de pássaro é assim.