SUSPENSÃO
Efêmera nuvem,
Elemento em transformação...
líquido, gelo, vapor
navegando sobre nós,
ora nutrição, ora destruição!
Belas, belas velas...
que nos ensinam o vogar (singrar)!
Que o leme se faça em minhas mãos
e que meus ouvidos sejam fortes
ao canto do engano!
Que sempre o ouça,
mas meu corpo amarrado ao saber,
Indique o caminho da onda calma
que aponta o norte.
Em sua efemeridade, nuvem,
viva o suporte de seu encanto.
Abrace a terra, o fogo, o ar
e em rumo faça a vida!
Aqui estanco meus estados,
Viro pedra, humor, exaustão,
e palavras me tecem a alma...
Olhando-a no céu que me adorna,
nuvem, efemeridade...
sou efemeridade também...
E não me transformo.
Apenas pereço
no então do que você é ou nunca será!