E Agora?
Com que te iludes?
Foram-se as ânsias, as vontades?
O que pensas?
Pensas ainda, ou aí não se pensa
mais, tudo finda.
Em absoluto desapego.
Já não se querer mais do que nada ter.
E querer ser nada já é muito.
Ainda é ter vontades, mesmo que de desapego.
Nem ânsias, nem vontades.
É um deixar-se levar.
É ir sem saber para onde se vai.
Sem saber se é bom ou ruim.
É apenas um deixar-se ir.
Leve, transparente, de qualquer sopro ausente.
O que foi, foi quase nada.
Desapegar-se de quê?
Se ao que se apegava era um líquido viscoso,
escorregava.
Era de nojo o cheiro que exalava.
Que sentimento de vida era aquele
Que não mostrava vida nenhuma.
O que se via, o que se sentia era a triste sorte
Prima da morte.
Lita Moniz
Com que te iludes?
Foram-se as ânsias, as vontades?
O que pensas?
Pensas ainda, ou aí não se pensa
mais, tudo finda.
Em absoluto desapego.
Já não se querer mais do que nada ter.
E querer ser nada já é muito.
Ainda é ter vontades, mesmo que de desapego.
Nem ânsias, nem vontades.
É um deixar-se levar.
É ir sem saber para onde se vai.
Sem saber se é bom ou ruim.
É apenas um deixar-se ir.
Leve, transparente, de qualquer sopro ausente.
O que foi, foi quase nada.
Desapegar-se de quê?
Se ao que se apegava era um líquido viscoso,
escorregava.
Era de nojo o cheiro que exalava.
Que sentimento de vida era aquele
Que não mostrava vida nenhuma.
O que se via, o que se sentia era a triste sorte
Prima da morte.
Lita Moniz