DESCONTENTAMENTO
- Para quê e para quem eu escrevo tanto?
Porque essa caneta obedece a minha mão?
As vezes, penso ser ateu, outras, um santo
a ouvir minh'alma no clamor da inspiração!
Na folha branca, o verso obedece ao ponto,
vírgulas e à métrica. Fala de amor e paixão!
Se quando lhe foge o tema, há riso e pranto,
qual praga que mata a rosa inda em botão!
Como agora: Tem corpo e tem alma a poesia
o que me causa espanto, vendo a obra feita,
como alguém que prova o doce da ambrosia!
- Mas, para quê escrevo tanto? Para quem?
E esse dom a que minh'alma fora eleita,
Do que lhe serve se o verso é de ninguém!
= = = = = = = =
- Para quê e para quem eu escrevo tanto?
Porque essa caneta obedece a minha mão?
As vezes, penso ser ateu, outras, um santo
a ouvir minh'alma no clamor da inspiração!
Na folha branca, o verso obedece ao ponto,
vírgulas e à métrica. Fala de amor e paixão!
Se quando lhe foge o tema, há riso e pranto,
qual praga que mata a rosa inda em botão!
Como agora: Tem corpo e tem alma a poesia
o que me causa espanto, vendo a obra feita,
como alguém que prova o doce da ambrosia!
- Mas, para quê escrevo tanto? Para quem?
E esse dom a que minh'alma fora eleita,
Do que lhe serve se o verso é de ninguém!
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