Medos

Na velha casa de madeira

O quarto ao lado do meu

Um mostro escolheu para morar.

À noite, destemido, ele subia no foro

E fazia a madeira estalar.

A lua espiava os meus medos pelas frestas

– Que vergonha!

Ao longe, uivava algum bicho noturno,

Desconfio que em meio as palhas do colchão

Morava outro, mais barulhento, mais enfadonho.

Hoje a casa é adulta

Do menino já nem sei,

Mas os medos?

Deles nunca me livrarei.