UMA POESIA BANGUELA
Eu queria fazer uma poesia banguela.
Sem pontes ou implantes.
Que fosse única e não mordesse
a língua (quem sabe, a gramática).
De gengivas sãs, que exalassem
hálitos de alegria nesse cipoal
atual de tristezas. Pouca coisa assim.
Nada ortodôntico nem ortodoxo.
O paradoxo entre sorrir e enraivecer,
sem mostrar dente algum.