Que vida!

A algazarra cessou.

Apenas uma lâmpada, ao fundo,

De resto e de alma tudo sombreou.

Um menino sonhando corria sozinho

Perdido, desconecto do caminho.

De dia viu voarem passarinhos,

Mas pernoitou sem sequer ter um ninho.

Sem travesseiro,

Querendo a noite passar ligeiro

Como se fosse dela apenas um passageiro.

Sonhos reais

Horrores,

Temores...

Tremores.

Um timbre de galo .... Distante,

O dia entrante

Angústia alarmante.

Desejou plantar a poesia

Na ilusão de colher o café da manhã,

No orfanato da agonia.

Desacreditou no amor

Angustiado calou.

Sem mundo

Humano imundo.

Matou as aventuras,

Matou as canções,

Sepultou ilusões.

- Que vida meu Deus...

Que vida!