POESIA E GLOBALIZAÇÃO
Minha poesia anda um pouco aborrecida
Entristecida,
Esquecida,
Mas não é birra não
Não é cisma não
É porque a matéria bruta da canção
Tem sido sempre
O não viver
O não sonhar
O não do não
Simplesmente não.
Minha poesia é, hoje, arremedo,
Escuro e tosco e fundo
O próprio medo
A falta disso e daquilo
E um mistério profundo:
A vitória dos homens maus
E a incrível indiferença dos homens bons
A alienação geral!
Minha poesia não cabe no mundo globalizado,
Mundo hipnotizado
De fotos, caras e bocas
De idiotas e imbecis pra todo lado!
Minha poesia parou no tempo
Um tempo em que os homens
Se reconheciam e se falavam...