ÁGUA
Efêmera nuvem, corpo em transformação...
Líquido, gelo, vapor
Navegando sobre nós...
Ora nutrição , ora destruição!
No entanto bela,
bela vela
Abraçando o vento
Do seguir em frente!
Brilho de colar sem fio,
Frio amornado de rio.
Eu rio E a alegria cai em lágrimas!
Morro! E a dor é nuvem , névoa
Transformando o que era mágoa!
Somos água
que, estagnada, pode ser ignorada,
Mas sendo vida,
nunca, jamais, em nenhum tempo
Será destruída!
Mastigando nuvem,
Crua alma alçada,
Ao impossível ato de estar e ser
Dentro do possível e impossível
Brota verde e folhas.
Mas, quando falta,
Faz voltar ao pó o que já era pó,
Estaremos sós, seremos sós,
Inevitavelmente sós,
Sem piedade,
Sem nenhum dó.
Mas tudo é nuvem,
Da água que é ar,
No poder de sempre amar.