BEIJO

Guardado nas pedras,

marcando a curva da estrada,

O enredo de viver!

O caminho leva os passos alinhados,

Ansiando pelo vento veloz no corpo!

Padece a voz no traço angular!

Fecham-se os olhos

Desejando a noite silente e secular:

cruzar as mãos sobre o peito fechado.

Mas o suspiro se ampara no sopro

esperto do querer aberto!

Quer ouvir?

Não, não quer!

No rio traçado em cores,

Você turva a água que sacia a sede,

Que pondera o peso e a leveza

Do balanço pautado da rede.

No enquanto, a terra fermenta

os detritos e produz

as cores

das flores

abertas

que rescendem

na luz da tarde amena!

Dignos da sombra cinza, todos se dispersam,

Atentos para o rude querer!

Na espreita,

a boca aberta

busca o beijo!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 02/05/2017
Reeditado em 10/02/2021
Código do texto: T5987936
Classificação de conteúdo: seguro