BEIJO
Guardado nas pedras,
marcando a curva da estrada,
O enredo de viver!
O caminho leva os passos alinhados,
Ansiando pelo vento veloz no corpo!
Padece a voz no traço angular!
Fecham-se os olhos
Desejando a noite silente e secular:
cruzar as mãos sobre o peito fechado.
Mas o suspiro se ampara no sopro
esperto do querer aberto!
Quer ouvir?
Não, não quer!
No rio traçado em cores,
Você turva a água que sacia a sede,
Que pondera o peso e a leveza
Do balanço pautado da rede.
No enquanto, a terra fermenta
os detritos e produz
as cores
das flores
abertas
que rescendem
na luz da tarde amena!
Dignos da sombra cinza, todos se dispersam,
Atentos para o rude querer!
Na espreita,
a boca aberta
busca o beijo!