REALIDADE
A Poesia chove em mim!
Umidade criando barreiras!
Passos miúdos!
Abraços das palavras estranhadas
por novos dizeres.
Gritos abafados de dores e ardores.
Caldo escorrendo em caudas ancestrais!
Braços acolhendo em elos sem selos
Desenhados no acaso do não dizer!
Se eu dormir no caminho...
Espere...
Se eu chorar no domínio...
Não se desespere!
" Ah! Bruta flor do querer"
Quem o disse maravilhou o sentir!
Mas...que será sentir o dia que vem para destruir?
Anéis do mundo, libertem seus escravos!
Algemas remosas,
Liquefiquem suas tiranias.
A Poesia chove em mim,
E me afogo para sempre na represa,
Na curva do rio,
Linha do mistério e da surpresa!