COBRA FERIDA

Que me falte o meu dedo indicador,

quando eu der de apontar defeito alheio;

ser pastor de um rebanho imaginário;

rédea, freio, cabresto e corretivo...

Sou as manchas que mostro em verso e prosa,

tenho as falhas compostas por meus dedos,

onde a rosa desperta sou espinho,

teço enredos que visam me salvar...

Só não venha querer me descompor

nem expor meu veneno; armar meu bote;

se não vai me matar, também não fira...

Quando pago pra ver exijo entrega,

quem me prega na cruz tem que saber

que minh´alma devolve cravo a cravo...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 25/04/2017
Código do texto: T5981020
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