HÁ
Em curva preguiçosa, a alegria;
Em mancha indelével, a poesia.
A vida canta e repete generosa
O mistério do fruto e da rosa.
Amanhã... tudo será amanhã!
Dias mornos, café quente, queijo!
Abraço bem apertado e beijo,
Conservada a luz morna da manhã!
Assim será a citada alegria,
Amor brando, suspiro em retiro,
Bento desejo, que viro e reviro,
Brisa quente que traz a lira fria.
Quero e não quero o ardor de cada hora,
Quero coberta de algodão ou de senão,
Quero os minutos que nunca serão
A bomba tonta que só desarvora!