E AGORA, MARIA?
Há aqui um espelho de mágoas
Uma garoa fina de lágrimas
E uma ausência que corta, em tesouro,
Página, letra, dia vindouro!
Muros caiados, dias dobrados.
Tempo arcando os ombros,
E tudo visto sem assombro,
Como se só existisse o passado.
Mas estou e quero
Sou e não espero.
O som do dizer inteiro,
A cor do fazer perdido,
A luz do brilhar veleiro,
O gosto do sentir engolido!
Um mar imenso ondulando,
Lua no céu briihando.
Qual será o tal final?
Quero um barco com flores
Sem caminho, sem onde e dores.