Evocação
Talvez nesta vida eu tenha o prazer
De ver qualquer quadra minha
Nas mãos dos homens lendo com
Olhos artificiais o que é mais profundo...
Eu sei que eu não terei o êxtase
Do êxito de ver qualquer coisa
De minha autoria entendível
Mesmo anos após meu repouso
Nos jardins dos mortos...
Álvares de Azevedo que tão somente
A sua obra viva e eterna pode me dar
Razão ao vago de minha existência...
Whitman, Edgar Allan Poe, Gibran
Gênios dos gênios que romperam
Dos homens e beijaram o paraíso
Que só os anjos tem acesso...
Rostand, Cyrano de Bergerac
Que minha alma idolatra
Que em nada se espelhamos
Pois o espelho reflete opondo os lados
E nossa imagem era senão a mesma...
Eu morro com amargo do desprazer nos lábios
E levo aos céus o que deixei para os homens
Um punhado de versos velhos e surrados...
~~ - 2005 - ~~