ORIGENS
Minhas origens exalam
Um certo cheiro de mata,
De galhos secos que estalam
Na passada pouco exata
Dos gaudérios que resvalam.
Dos balaios de pinhão,
Ao vale e seus milharais,
Curti o pó de carvão,
O asfalto e muito mais.
Mas tem muita coisa herdada,
Longe da linha costeira,
Onde minha mãe foi gerada,
No calor de gente obreira.
Venho dos Descobridores, do interior mais modesto,
Tenho no sangue correndo a energia vital,
Que diz se presto ou não presto,
Neste tão grande Brasil cujo ventre é Portugal.