NONADA

Blindado, recluso, preservado.

Na vitrine do magazine,

Conduz, com dentes de aço,

O espetáculo do dia,

Rindo, incluso na mídia,

De cada parcela do uso.

Bastante do espetáculo,

Reduz os danos a nada,

Seduz, em cada caçada ,

A presa fartada do nulo!

E feliz pelo infeliz,

Diz o que quer,

O que, de sua vontade,

Reduz a nada o outro,

O ouro, o sagrado besouro!

E

Vingado, acuado, cortado,

Refaz as contas frustradas

No plano rasgado do nada.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 14/02/2017
Reeditado em 01/11/2017
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