A passageira hora infinita...
Três mil toneladas de doentios gemidos noturnos pesam sobre mim...
Apesar de saber que isso vai passar,
Neste momento eu queria a morte mais absoluta, se ela existisse...
Oh, mussa, assassina silenciosa dos brilhos oculares,
Não me deixe à míngua como quem não tem familiares...
Faça sentir teu amor por mim, musa de olhos profundos!
Não me dê o seco e vazio toque de teus lábios finos, e escarnecidos...
Mas crava-me o ser com a ira de mil guerras,
Com o ódio de sete gerações!
Estraçalha-me o ventre com navalhas delgadas,
Fervidas em veneno das bruxas malditas das noites da idade média...
Finca-me o coração com três pontas enferrujados, quentes em brasa, de modo que meus olhos fiquem irtos!
Só assim, oh temerosa companhia dos homens, talvez eu sinta a alegria de saber o que seja está vivo...