Autopsiquicoafogamento
As sombras se depoem ao canto,
Mostram um ar cansado como quem quer conversar,
Mas também quer ficar calado...
Ninguém sabe o que se passar neste momento,
Chove dentro de casa e o sol arde lá fora...
Meus meninos se perderam,
Uns pelas matas,
Outros nas águas desse rio caudaloso,
Outros se embrenharem poeira a dentro,
E muitos estão mortos, enterrados amadoramente,
Uma cruz de galho,
Um monte de silêncio formando barriga no chão...
A maioria porem não se resolveu,
Nem ficam, nem vão...
Nem diálogo, nem silêncio,
Um gelofogo que se acende quando se apaga,
As palavras engolidas querendo voltar a boca,
Mas do vômito faz-se o alimento,
E o silêncio de aço e chumbo se evapora nas temperaturas da alma...
E dessas saudades, e desses lutos, e dessas presenças volumosas
É que se forma a luz que me guia no escuro de meu ser que apalpa o extremo vazio me inunda...