NO QUINTAL

Na luz do quintal da tarde,

O azul tom da relva picante,

Encontro a vontade que, lassa,

Segreda o seguir avante.

Lançar-se sem medo, sem vias,

Passar por rios e lajedos,

Voar para o além da conta,

Dançar onde só tu sorrias.

E tu, que eras a alegria,

Criaste o sonho inteiro.

Abriste o longo caminho

Só perfumado por teu cheiro.

Seguindo teu mapa logrado,

No arder do tempo medido,

Corri pelo campo arado,

Bem desenhado e nutrido.

E voltei ao quintal perfeito,

Abraçando alheia e nua

Coragem clara como a lua,

Para aceitar o eterno leito.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 11/02/2017
Reeditado em 01/07/2020
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