NO QUINTAL
Na luz do quintal da tarde,
O azul tom da relva picante,
Encontro a vontade que, lassa,
Segreda o seguir avante.
Lançar-se sem medo, sem vias,
Passar por rios e lajedos,
Voar para o além da conta,
Dançar onde só tu sorrias.
E tu, que eras a alegria,
Criaste o sonho inteiro.
Abriste o longo caminho
Só perfumado por teu cheiro.
Seguindo teu mapa logrado,
No arder do tempo medido,
Corri pelo campo arado,
Bem desenhado e nutrido.
E voltei ao quintal perfeito,
Abraçando alheia e nua
Coragem clara como a lua,
Para aceitar o eterno leito.