Sobre estradas e ventanias

Sobre estradas e ventanias

Ao lado dos velhos retratos

eu me vejo imaginando a estrada

e logo sinto o quanto caminhamos

e deixamos para trás nossas alegrias

nossas magias e nossas razões de viver

por que o tempo acorrentou os sonhos

por que a idade aprisionou as esperanças

por que a pressa deixou para trás um mundo

e nada mais resta que diários e álbuns abertos

e lenços tristes procurando olhos umedecidos

e eu que sonhei voar no mais alto da colina

eu que criei asas para escrever salmos nas nuvens

sinto apenas que a janela e a porta estão fechadas

e as flores de plástico empalideceram empoeiradas

replanto os jardins apenas naquilo que posso sonhar.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com