ONDE HÁ MEDO, HÁ FOGO
Eu tinha medo de encontrar no medo
A solidão rente a meus pontos fracos;
Antes varresse o meu perigo cedo!
No entanto, não! Juntei meus próprios cacos.
Onde deixei pedaços meus avulsos
Não encontrei pedaços teus unidos!
Logo os meu cacos eu juntei confuso...
Já foram todos que eram teus colhidos.
Eu tinha medo de encontrar em tudo,
Que fosse meu a tua propriedade.
Onde que havia medo, hoje, contudo,
Em desamparo encontrei a saudade!
Levo comigo estes meus passos tortos,
Há farpas soltas dos meus dedos mortos.
Se ainda lembro de nós dois, não devo!
Tremem as mãos do medo com que escrevo!