OS DIAS DO AGORA
Os dias do agora
Andam nublados
A sombridão entrevou toda a existência
São dias de nunca mais...
Cinzentos
Vermelhos
Há sangue nos olhos!
O ódio corrompeu-os
Estão todos de costas
Nem um nem outros estendem as mãos
O estandarte do amor tá no chão
No cemitério de todos!
São tempos de cólera!
Sem tempo pro tempo do outro
Inexistência de um bem-querer
Presença intermitente do não ser
Tempo?
Tempo?
Que tempo!
Sem cor...
Sem brilho...
Turvo
Sem vida!
Acabado
No jardim da saudade
No chão esburacado!
Todos estão tortos
A escuridão levou suas vontades
Todas pro lado esquerdo
Devorando-lhes o tempo
Agora sem sol!
Que tempo...
Agora de solidão!
Que tempo...
Agora de nãos!
Longe...
Bem longe!
Num lugar do nunca
Onde todos tão adormecidos
Nenhum no céu
Todos sob a terra!