Sem nada
Não preciso de lua para fazer poesia,
Meus versos não têm afã nenhum,
Sem ansiedade, sem suores, nem falos...
Atos friccionados não os compõem jamais...
Não preciso de lembranças, de amores passados,
De musas deslumbrantes, não...
Aqui não entram nem o oito, nem o oitenta,
Ninguém indigno da suave maviosidade...
Eu não preciso da noite,
Da tristeza, da solidão, nem da dor, nem do frio...
Nem de beijos,
Nem de calores...
A minha poesia não é como uma agonia dos prazeres mais pesados...
Ela nasce assim sem querer,
Sem rimar,
Sem ir, nem ficar...
Contudo,
Sem nada...