O buraco no saco de areia...
Quando tive você em meus braços,
e te beijei com meus lábios sequiosos
não entendi o vazio que me advinha,
certo frio nos lábios,
certo sopro no coração...
Quando andei contigo pelas calçadas,
procurando encher a visão com o que ia encontrando,
não entendi tanto peso nos meus ombros,
nem porque ficava caindo tua mão...
Quando te mostrei a lua cheia sobre nós,
tentando absorver o romantismos das coisas,
não entendi o porque seus olhos não se acendiam,
não entendi porque você se curvava para o chão...
A tua mão sempre fria não suava a minha,
e teu silêncio de palavras necessárias
me saltou as olhos carentes de ouvi-las...
Foi quando percebi que um de nós dois
Não se encontrava, era como se morto fosse,
não de morte, morte de verdade, mas
de morte por escolha, por apatia...
Eu era o saco de areia de segurar portas,
mas estava esquecido e furado ao relento
sem porta alguma...
E você, ah, nem sei o que era você...
Talvez o buraco no saco de areia...