Manhãs de Domingo

 

Na busca de conexão fragmento-me.

Partículas soltas em meu universo,

Entre arvoredos varro o sol dos pés.

E bebo o néctar das flores do deserto.

Bebo você nas manhãs de domingo.

 

Você me verbaliza, me rotula, toca-me

Deixa-me nua, deixou-me pelo avesso.

No labirinto das tuas vontades fui rua,

Fui drama, fui chama e natureza morta.

 

Você me solta, me agarra, viaja e volta.

Você me pega, não diz como quer, volta

E nessa espera toda me entrego louca

Com damasco, vinho, a lua cheia e oca.

 

Nessa nova manhã de domingo e sana

Acordei amando-me tanto que esqueci,

Esqueci o desengano, o vício e me amei,

Tanto que os dias de hoje são domingos.