DEIXA ESTAR
Deixa estar, Maria,
No fim da tarde, no fim da noite, no fim do dia
Tudo se explicará.
As màos não serão inúteis,
Os lábios dirão a prece,
Os olhos verão o mistério
Resplandecer por aberto.
Deixa estar, Maria,
No fim da rua, no fim da estrada, no fim do caminho,
Tudo te abraçará,
A terra será fértil e estará de flores coberta.
A grama estará sempre verde,
E teus pés pisarão a doce planura, limpa e aberta.
Deixa estar, Maria,
Será o choro alegria,
Terás a nuvem no rosto,
E o mar será, em todo tempo e lugar, sem surpresa.
Deixa estar, Maria,
Será o tempo da beleza, da terna delicadeza.
O canto estará por tudo, sem ferir os teus ouvidos,
A ária, soando eterna, abrirá a porta e terás a chave.
Deixa estar, Maria,
A ti te baste a espera, o ir sem olhar para trás,
O pensar que em teu mundo,
Tudo irá se ajustar,
E, como nunca disseram
A lagoa não há de secar.
Mas eu te digo, sem brincadeira!!!!