Há dias que clamo, grito pelo poema em bramidos de dor
São dias em que a vida se torna em tristeza e enfado
O céu escurece em milhares de nuances de cinzas mortas
Nem um piar de passarinho se ouve no galho da pitangueira.
São momentos imprecisos, ausentes de riso ou choro...
Neles até os pecados que não consumei me são cobrados
As palavras estão ali... Sei que estão. Mas se escondem!
Sumiram os influxos! _ Fiquei eu, sem rimas ou versos!
E o que, meu Deus, farei da ampulheta posta diante de mim?!
Escorrem-se as areias do tempo por entre meus dedos...
E minha mente vaga, vazia de inspiração, sonhos ou quimeras!
Mas ainda que o mar enlouqueça diante dos meus olhos
Que as andorinhas não voltem à praia no próximo verão...
Ainda assim, minh'alma será cativa da poesia. Escrita, ou não.