Observo a lua imensa num céu sem estrelas
O mar está calado como quem espera algo
Nuvens negras espreitam minha melancolia e incerteza

Sentada no cais, rabisco no caderno, um verso à mais
Busco uma palavra para espelhar minha alma inquieta
Não tenho medo do amanhã. Temo a ausência de um novo dia!

Sinto meu coração bater no peito. Pulso acelerado!
Será que terei tempo para concluir este poema?
Ou a morte interromperá minha escrita no meio do verso?

A lua e o mar são espectadores dos meus temores
Eles estarão aqui por muito tempo depois da minha partida
Quando eu não puder mais sorrir, ou manchar a tinta no papel
com uma lágrima repentina...

E como será o amanhã? Quem me poderá dizer?
Será que haverá um amanhã para mim?
Será que se não houver, se lembrarão da minha poesia?

Perguntas, somente perguntas vãs que açoitam meus pensamentos...
A vida é repentina demais... É pequena demais para mim!

Ainda não anunciei ao mundo do porque eu vim...
Ainda não fui o suficiente...
Ainda não.
 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 10/12/2016
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