Observo a lua imensa num céu sem estrelas
O mar está calado como quem espera algo
Nuvens negras espreitam minha melancolia e incerteza
Sentada no cais, rabisco no caderno, um verso à mais
Busco uma palavra para espelhar minha alma inquieta
Não tenho medo do amanhã. Temo a ausência de um novo dia!
Sinto meu coração bater no peito. Pulso acelerado!
Será que terei tempo para concluir este poema?
Ou a morte interromperá minha escrita no meio do verso?
A lua e o mar são espectadores dos meus temores
Eles estarão aqui por muito tempo depois da minha partida
Quando eu não puder mais sorrir, ou manchar a tinta no papel
com uma lágrima repentina...
E como será o amanhã? Quem me poderá dizer?
Será que haverá um amanhã para mim?
Será que se não houver, se lembrarão da minha poesia?
Perguntas, somente perguntas vãs que açoitam meus pensamentos...
A vida é repentina demais... É pequena demais para mim!
Ainda não anunciei ao mundo do porque eu vim...
Ainda não fui o suficiente...
Ainda não.