MAS... COM VOZ

O dia dói!

A vida voa!

O sol sulca!

O céu soa!

E diante do muro de pedra

Meus lamentos se calam,

Minha dor arrefece,

Na superfície fria,

Onde as frestas se apunhalam.

E é o que eu vejo

Dessa pedra na minha estrada:

A tibieza do sarcasmo,

O transtorno emoldurado

Do pedregulho atirado

Em minha face vazia.

E olho tudo, sem medo,

Sem voz diante do nada,

Sem reclamos, sem desvios,

Na áspera espera da noite

No seu todo consumada.

Helena Souza

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 26/11/2016
Reeditado em 29/01/2019
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