MAS... COM VOZ
O dia dói!
A vida voa!
O sol sulca!
O céu soa!
E diante do muro de pedra
Meus lamentos se calam,
Minha dor arrefece,
Na superfície fria,
Onde as frestas se apunhalam.
E é o que eu vejo
Dessa pedra na minha estrada:
A tibieza do sarcasmo,
O transtorno emoldurado
Do pedregulho atirado
Em minha face vazia.
E olho tudo, sem medo,
Sem voz diante do nada,
Sem reclamos, sem desvios,
Na áspera espera da noite
No seu todo consumada.
Helena Souza